O sangue de São Genaro     

Leia também "Reações ao Milagre do sangue de São Genaro"

  

Celebramos dia 19 de setembro, a festa de São Januário.

       É muito conhecido o caso do seu sangue. Caso muito louvado por milhões, atacado por milhares de pessoas... E desprezado por muitíssimos cientistas alegando que se trata de religião, que o caso não pertenceria à ciência...

  Mas se trata de fatos de nosso mundo, observáveis... Portanto, corresponde à ciência estudá-lo. Sendo a Parapsicologia a ciência que estuda os fatos incomuns, e por isso misteriosos, relacionados com o homem, não podemos deixar de apresentar o veredicto verdadeiramente científico a respeito deste caso tão extraordinário.

  Há sangue líquido em muitíssimos cadáveres incorruptos. Trata-se no caso do sangue de são Genaro de outro prodígio : incorrupção de sangue derramado, sangue fora do corpo.

  A coagulação do sangue parado, mas protegido nos vasos sanguíneos, pode oscilar, por diversas circunstâncias, entre 4 e 8 horas. Mas fora do corpo o sangue coagula rapidamente. Fica seco, também rapidamente, perdendo seu soro. Com o tempo, se de alguma maneira ficou protegida de forma que não se converta em pó e acabe desaparecendo, a coagulação endurece até ficar como pedra.

 SÃO JANUÁRIO

   VIDA E MARTÍRIO. De todo o referente a São Januário (ou Genaro, Jenaro, Gennaro, Janeiro, ou...), há muitíssimas pesquisas e tratados, e milhares de resumos. É de incontestável valor histórico a abundância de referências antigas, que alcançam os contemporâneos do martírio e da colheita do sangue. Assim o "Calendário Cartaginês" e o "Calendário de São Jerônimo" já consignam o 19 de setembro de 305 como data do martírio do bispo São Genaro e dos seus sete companheiros, segundo antigos documentos e tradição constante. O mesmo os "Atti Vaticani", cuja redação data dos séculos VIII e IX. A "Paixão de São Genaro", composta por ordem do bispo Stefano, no ano 900, faz também referências a antigos documentos e ininterrupta tradição.

   Mas não só o martírio, senão a vida toda de São Genaro com abundantes detalhes, os milagres por ele alcançados em vida e o culto recebido imediatamente ao martírio, e também os correspondentes milagres - ou assinatura divina -, foram recolhidos dos documentos e tradição pelo monge Emanuele no seu "Vita Graeca" publicado em Nápoles no ano 713.

   São Genaro, Bispo de Benevento (a uns 100 Km de Nápoles), foi atirado pelos perseguidores dos cristãos a uma fornalha acesa. Milagrosamente saiu ileso (como tantos outros santos, milagres que deixo para outras oportunidades). Por isso, desde então!, é invocado nas erupções do Vesúvio e nos incêndios.

   Pouco depois, acompanhado do diácono Festo e do leitor Desidério fugiu a Pozzuoli, ou antigamente Puteoli, e hoje também conhecida a cidade toda como Solfatara de Pozzuoli por extensão de suas solfataras. A 14 Km de Nápoles. Com muita alegria, mas com muita cautela por medo dos perseguidores enviados a todas as partes pelo Imperador Diocleciano, o bispo São Genaro foi recebido por uns diáconos.

   Sosso, um dos colaboradores do santo bispo, foi reconhecido e lançado na prisão. São Genaro, Festo e Desidério foram visitá-lo e por isso foram acusados de ser também cristãos. Levados perante o juiz e negando-se a oferecer sacrifícios aos ídolos, foram condenados a ser decapitados, dado que não era então possível serem lançados aos ursos no anfiteatro, como primeiramente se havia sentenciado.

   Quando estavam sendo conduzidos ao martírio, o diácono Prócolo e os leigos Eutíquio e Acurso proclamaram publicamente sua fé. Imediatamente os três também foram presos e colocados juntos aos outros quatro condenados.

   Assim os sete mártires alcançaram juntos e felizes a honra do martírio pela decapitação.

   SANGUE. Os cristãos de Pozzuoli conseguiram recolher e guardar nas suas catacumbas os despojos de São Genaro. Uma devota mulher, chamada Eusébia, no lugar onde caíra a cabeça do santo bispo mártir recolheu um pouco de sangue e o guardou na sua própria casa. E... - o que depois se mostrará significativo -, com o sangue foram dois fragmentos de palha.

  Uns 10 anos mais tarde, provavelmente no ano 315, São Genaro, seus ossos, foi trasladado das catacumbas de Pozzuoli de volta para a vizinha Nápoles, às correspondentes catacumbas. Quando os portadores passavam pela Via Antimana, a piedosa Eusébia aproximou-se do bispo de Nápoles e entregou-lhe em duas ampolas o sangue que ela havia recolhido. Se não aconteceu antes na casa de Eusébia, esta foi a primeira vez que o sangue de São Genaro se liquidificou!

As ampolas com o Sangue de São Genaro.

   O sangue de São Genaro hoje está em duas ampolas de vidro hermeticamente fechadas. A menor das ampolas tem a capacidade 25 cm3, mas só contém manchas de sangue espalhadas pela superfície interna do vidro. A ampola maior tem a capacidade de 60 cm3, mas só a metade, ou um pouco mais, está ocupada pelo sangue de São Genaro.

    Nos últimos cinco séculos as ampolas guardam-se em arca de fechadura dupla. Uma das chaves está em poder do arcebispo de Nápoles. A outra chave fica sob a custódia do presidente da "Deputacione del Tesoro", entidade de mais doze pessoas escolhidas cada ano entre as mais dignas e célebres da cidade, com o encargo de velar por todo o tesouro e relíquias guardadas na catedral, ou "Duomo". O presidente da entidade é o próprio presidente da câmara de Nápoles.

   E a arca se guarda num cofre detrás do altar-mor da "Capela do Tesouro", ao lado da rotunda, na catedral de Nápoles. Nessa grande rotunda na catedral de Nápoles está o altar de São Genaro, havendo sido a catedral construída, no final do século XIII, em honra de São Genaro por ordem de Carlos II, rei de Nápoles.

   Junto com a arca guarda-se o crânio de São Genaro dentro de um busto de prata com incrustações de ouro. E também o nicho ou cofre em máxima segurança: uma chave com o abade tesoureiro da catedral e outra com o presidente da "Deputacione".

    LIQUEFAÇÃO. "Nos dias prefixados, de manhã (às 9 horas), após várias Missas celebradas no altar da capela de São Janeiro, o clero, isto é, o cabido da catedral ou seus delegados, acompanhados de todos os padres que queiram aderir-se, reúne-se no coro (...). Forma-se uma procissão, a Cruz à frente, e descem à capela subterrânea" abrindo-se passo com dificuldade no meio da enorme multidão. "Lá, perante as testemunhas, os cofres são abertos (...), pegam em primeiro lugar a cabeça (a caveira) do santo dentro do busto (de prata) (...), depois as ampolas na sua arca de prata, que está selada".

    Para a exposição, as ampolas colocam-se num rico e precioso ostensório de prata com haste também de prata. As ampolas com o sangue podem ver-se perfeitamente através de dois cristais, um na parte da frente e outro na parte posterior do ostensório (e através - lógico - do próprio vidro das ampolas).

   "E volta-se à rotunda. O busto é colocado sobre o altar, do lado do Evangelho, e, após algumas orações tradicionais, um dos padres aproxima-se com (o relicário que contém) as ampolas ".

     "O padre, sempre segurando as ampolas, eleva-as para que sejam vistas pelo povo. Todos podem constatar então que as manchas e os fragmentos de sangue endurecido (...), colado ao vidro, estão muito longe da menor fluidez".

     "O milagre (da liquidificação do sangue) pode acontecer subitamente, no primeiro instante. Mas geralmente só após mais longas súplicas". Pode demorar de um minuto a uma hora e meia em sobrevir subitamente. Muito raramente demora mais em irromper.

     "Ninguém poderá invocar a distância como obstáculo à verificação do estado real do sangue, porque se dá a beijar sucessivamente a todos os que se aproximam. Na parte baixa das escadas do altar há uma extensa balaustrada, aonde por turno vêm a ajoelhar-se os assistentes (...). Sob seus olhos e sobre seus lábios passam-se as ampolas, onde podem ver, pois elas são de vidro, todo o interior, todos os detalhes. As primeiras pessoas que chegam cedem o lugar a outras e assim sucessivamente durante horas (...). Das tribunas reservadas, cheias de estrangeiros distintos, de sábios, de hereges às vezes, observam todos estes movimentos com uma atenção que pode julgar-se escrupulosa, inquisitória". Contra a grande polêmica que os anglicanos levantaram e sustentaram a partir do ano 1831, ironizava depois o agudo intelectual francês da primeira metade do século XX, "Valéry: '(...) muitos prestigiosos ingleses loiros avançavam sobre o altar e debruçavam-se curiosos para examinar com seus monóculos'".

  "De repente, num instante ou em outro, o sangue põe-se a borbulhar. Vocês o viram, poucos segundos antes, ressequido, duro e coagulado, e eis que docemente se agita, se liqüefaz, aumenta seu volume, borbulha, e enche plenamente as ampolas das quais parece que vai a desbordar, tanta é a força e a vida súbita" (...)."Ora, é absolutamente certo que, quando o trazem  e quando oferecem a nosso olhar, o sangue está seco, pouco volumoso, parece fragmentos sólidos de matéria de cor avermelhado escuro tirando a preto, tal numa palavra como todos conhecem resíduos de sangue velho, inteiramente decomposto e ressequido. As ampolas, aliás, hermeticamente fechadas, e seladas, eram aproximadas dos olhos de todos os assistentes por um padre, que as dava a beijar. Este padre não era sempre o mesmo. Chamava a substituí-lo todo outro eclesiástico presente (...)".

   Sangue, que era duro, num instante liquidificado! O sangue, que era quase preto, fica de cor vermelha, exatamente própria do sangue vivo. "É levantado novamente. Todos o observam neste estado como haviam observado no estado anterior. A multidão explode em cantos de triunfo, o órgão faz ouvirem-se as notas melodiosas e graves do `Te Deum' (...)".

     "Chegada a noite, é afastado do busto, e coagula-se de novo. E é levado com a mesma solenidade e com as mesmas precauções de testemunhas e de delegados ao tesouro onde as relíquias são conservadas habitualmente".

     Entre tantas, escolhi com palavras textuais a descrição feita pelo Abbé Postel. Entre parênteses ou fora das aspas acrescento dados complementares extraídos de outras numerosas fontes. Poderia citar milhares de descrições concordantes. O parapsicólogo e médico de Nápoles, Dr. Giorgi, publicou numa revista de Parapsicologia uma dezena de páginas relatando sua observação e reação pessoal em 1970: descreve como o arcebispo levantou o ostensório para mostra-lo à multidão , e "após uns 4 minutos, não mais, espantei-me ao ver bem diante do meu nariz, à distância de um metro, que o sangue subitamente passara do estado sólido ao líquido. Tudo aconteceu de maneira rápida e inesperada. O líquido tornou-se mais claro, mais brilhante, e tantas bolhas se formaram nele, que parecia estar em ebulição". Descreve também como notou com toda evidência que o sangue aumentara de volume.

    Em conseqüência...: viu e observou mais de perto, e precisamente porque ficou convencido de estar em presença de um milagre, fenômeno sobrenatural, supra-normal, SN, "apressei-me a beijar o relicário imediatamente após a realização do milagre".     

À ESPREITA.

As cerimônias para venerar e celebrar o conjunto de milagres com o sangue de São Genaro realizam-se tradicionalmente em três datas fixas: Sábado anterior ao primeiro Domingo de maio (inicialmente era no dia 2 de maio), aniversário da trasladação dos ossos de São Genaro, com o sangue que recolhera Eusébia, de Pozzuoli a Nápoles; 19 de setembro, aniversário do martírio; e 16 de dezembro, aniversário da proclamação como padroeiro principal de Nápoles, após a terrível erupção do Vesúvio em 1631. Nestas datas ou durante a oitava, o milagre da liquidificação pode espreitar-se, porque acontece, sem falta.         

    Em 1631, quando da erupção do Vesúvio e por ocasião de São Genaro haver sido nomeado padroeiro, o sangue permaneceu líquido durante 30 dias.

     No mês de maio a grande procissão dirige-se à Igreja de Santa Clara e, portanto, é sobre o altar desta igreja que se realiza o milagre da liquidificação do sangue de São Genaro.

     Mas por ocasião de personagens ilustres, ou por ocasião de grandes calamidades públicas, ou em alguns outros casos considerados especiais, também podem ser expostos o busto e o sangue de São Genaro com a conseguinte liquidificação. Assim, o diploma e historiador francês Gaguin (c. 1425-1501) descreve a viagem de Carlos V a Nápoles para a coroação solene como rei: "No Domingo, dia 3 de maio, o rei ouviu Missa junto (ao altar) de São Genaro na grande catedral de Nápoles. Trouxeram então numa ampola um pouco do precioso sangue desse grande santo (...). (O sangue) estava duro como pedra, mas, após deixado sobre o altar durante algum tempo, começou (como se fosse) a aquecer-se e a amolecer igual a se houvesse sido tirado de um corpo vivo".

     Milagre idêntico acontece em Pozzuoli, sempre à mesma hora que em Nápoles, imediatamente antes ou imediatamente depois, no lugar onde São Genaro foi decapitado. Lá, na Igreja de São Genaro, dos padres capuchinhos, conserva-se incrustada em grosso muro uma pedra de mármore poroso manchada de sangue. É a pedra onde a cabeça do mártir caiu. Foi escavada no centro e tem uma cruz grega cinzelada na parte superior. A pedra, irregular, mede aproximadamente um metro de altura e 35 cm de lado. Está protegida por espesso vidro e por um círculo de cordões e colunetas. Sincronizada com a liquefação em Nápoles, a mancha na pedra de Pozzuoli também troca de cor passando do escuro ao vermelho vivo e borbulhando levemente, inclusive surgindo úmidos regueiros do mesmo sangue. Tudo amplamente documentado.

     A 22 de fevereiro de 1860 a pedra verteu bastante sangue quando a Igreja de São Genaro, em Nápoles, pegou fogo...

     É SANGUE MESMO.

    E só pode ser sangue muito antigo, porque está fora de toda discussão que as ampolas são da época romana. Como também está fora de discussão que, fechadas hermeticamente, não foram violentadas jamais, pois teriam quebrado as ampolas, tão dura é a potéia que as cobre.

    Mas "contraditoriamente"  só poderia ser sangue "recente" aquele líquido de cor vermelha viva! E muito freqüentemente, ao mesmo tempo que se liquidifica, aquele sangue bem vermelho "revive", "revitaliza-se", apresenta na superfície certas bolhas espumosas. São pequenas bolhas "exatamente iguais às que aparecem no sangue quando flui das artérias". Os napolitanos o expressam com uma típica metáfora, costumam dizer que "o sangue ferve".

     Contraprovas científicas foram realizadas pioneiramente pelo Prof. P. Silva em 1904 durante oito dias consecutivos. Comparou o espectro do sangue de São Genaro com o espectro de sangue (de boi) colocado em ampola e em ambiente igual ao da relíquia. Todas as provas e contraprovas demonstram que o conteúdo das ampolas é sangue autêntico.

     Já a 25 de setembro de 1902 pioneiramente com as experiências do Dr. Sperindeo, confirmadas depois pelo Prof. R. Januário, catedrático de Química na Universidade de Nápoles, e confirmadas posteriormente inúmeras vezes até hoje, a análise espectroscópica comprovou o espectro da ostemoglobina: no espectro, detrás da linha D, de Fraunhofer, aparece uma banda escura sobre fundo amarelo seguida de outra banda escura sobre fundo verde, e entre ambas uma zona clara. Sangue arterial humano sem deixar a menor dúvida.

     Os mesmos resultados foram confirmados recentemente após árduo e meticuloso trabalho de análise com todas as técnicas modernas. A começos de 1986 o Cardeal de Nápoles, Dom Michele Giordano, confiou as pesquisas a uma equipe de seis especialistas sob a direção do Prof. Dr. Pier Luigi Baima Bollone, do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Turim. Participaram nas pesquisas uns 80 especialistas de todo o mundo, médicos, historiadores, antropólogos, hematólogos e outros estudiosos segundo os aspectos da profunda verificação. As pesquisas demoraram três anos, publicando-se na Convenção a respeito de São Genaro celebrada em novembro de 1989. Sangue mesmo. Sangue incorrupto do século IV.

     Milagre permanente, ou mais exatamente, inumeráveis milagres!

     Igual em Pozzuoli. Por exemplo e também para citar só alguns entre os pioneiros: numa ocasião, por ordem e em presença de Mons. Purpo, na época bispo de Pozzuoli, e também a 19 de setembro de "1894 recolheram num tubo de ensaio um pouco do misterioso líquido, e após a análise afirmou-se que era legítimo sangue humano". Tudo era confirmado a 31 de maio de 1926: uma mecha de algodão com que se havia enxugado a pedra foi levada para análise ao Instituto Médico de Nápoles. Lá foi revelado que se tratava indubitavelmente de sangue humano. E antiquissimo. Etc.

QUANTAS VEZES?

Não há nenhuma dificuldade racional contra a tradição napolitana de que o sangue de São Genaro vem liquidificando-se periodicamente desde o mesmo dia em que se trasladou da Solfatara de Pozzuoli a Nápoles. E, pelo contrário, encontram-se numerosíssimos e sólidos argumentos históricos a favor dessa tradição.

    O mais antigo documento escrito, dos que ainda se conservam, é a Vida de São Peregrino. Era filho de Malcolm III e de Santa Margarida, reis da Escócia, casados em 1070. São Peregrino, assim chamado pelas suas muitas viagens, esteve também em Nápoles onde considerou como o mais destacável "este milagre cotidiano e insigne do mártir São Genaro"

    Todos autores posteriores que se referem ao sangue de São Genaro apresentam sempre o prodígio como um fato que vem acontecendo desde época imemorial.

    Uma crônica siciliana narra os fatos mais importantes durante a segunda metade do século XIV. Entre eles refere como a cidade de Nápoles, após muitos anos de guerra, a 16 de agosto de 1389 voltava a ter um pouco de paz e recebia novo carregamento de trigo pondo fim a meses de extrema penúria. E a crônica acrescenta: "No dia seguinte (17 de agosto, data não costumeira e por isso mesmo mais significativa) celebrou-se com grande procissão o milagre que N. Sr. Jesus Cristo realizou usando o sangue do bem-aventurado Genaro. O sangue, fechado numa ampola, havia-se tornado líquido como se naquele mesmo dia houvesse jorrado do corpo do santo". A liquidificação do sangue de São Genaro é apresentada como um prodígio periódico desde antigo.

     Em 1456 o bispo de Siena e cardeal Eneas Sílvio Piccolomini (posteriormente Papa Pio II) residia em Nápoles exercendo também as funções de Embaixador da República de Florença. Entre os acontecimentos notórios que presenciou destaca "o sangue sagrado de São Genaro, que se mostra umas vezes sólido, outras líquido, apesar de haverem passado 1.200 anos de quando foi derramado por amor a Cristo". E nós devemos destacar aqui que o milagre é apresentado como habitual e tradicionalmente verificado.

     A partir de 1659, até hoje, é feito levantamento oficial de tudo o notável, inclusive curiosidades, que acontece durante as exposições públicas do sangue de São Genaro. É um minucioso e imenso relatório. Chamam a atenção os sábios e personagens ilustres que fizeram questão de assinar seu pleno convencimento de que o fato é incontestavelmente milagroso.

     Destaca-se também, para o que agora visamos, a enumeração das exposições e liquidificações fora das datas habituais. Assim e por exemplo, sem sairmos da segunda metade do século XVII:

     * Em 1659 por ocasião de uma procissão em honra da Imaculada Conceição.

     * No mesmo ano para um nobre inglês, que com sábios acompanhantes veio estudar o sangue de São Genaro.

     * A 29 de fevereiro de 1664, o mesmo para os nobres de Milão.

     * Em 1666 o mesmo para Maximiliano-Filipe, irmão do Eleitor de Baviera, com os sábios que o acompanhavam.

     * A 28 de maio de 1667 para a influente esposa do Vice-Rei de Aragón, da Espanha.

     * A 5 de abril de 1668 para um grupo de padres jesuítas espanhóis (aos quais se acrescentaram alguns outros jesuítas de outras nações).

     * No mesmo ano para Vicente Rospigliosi, o influente sobrinho de  Clemente IX e almirante naval.

     * Em 1678 para o prestigioso cardeal Portocarrero.

     * Em 1686, para o também influente Duque de Mântua.

     * A 31 de janeiro de 1687 para o cardeal Orsini, futuro Bento XIII.

     Todos esses casos em datas não-habituais, no século XVII.

             Confirma-se por todo o conjunto que sempre, desde o século IV como hoje, em público o sangue de São Genaro em Nápoles e em Pozzuoli se liquidifica, no mínimo 12 vezes por ano. Liquidificações públicas, ao todo e com certeza, desde 1659 mais de 10.000 vezes! Quantos milhares de vezes se liquidificou ao longo da história? Inumeráveis milagres, "assinaturas" de Deus. Inumeráveis fenômenos sobrenaturais, SN (supra-normais).

 

"REVITALIZAÇÕES" ou "NOVAS CRIAÇÕES". O físico alemão Franz Ernnest Neumann no século XIX conseguiu liquidificar sangue humano que estava coagulado. O mesmo conseguiu com éter o Dr. Cummings no Exeter Hall de Londres. E outros pioneiros: Há várias substâncias com as quais se pode liquidificar o sangue.

- Sangue coagulado é sangue morto. Hoje é sabido: por estratégias da Química artificialmente pode liquidificar-se... uma única vez. E nunca mais poderá repetir-se o processo. Porque, ao ser liquidificado quimicamente, o sangue, morto, decompõe-se nos seus elementos constituintes. Para novamente coagular-se e novamente liquidificar-se teria, entre outras impossibilidades, que criar novamente seu soro e entrosá-lo no coágulo. Afirmar que sangue coagulado foi liquidificado mais de uma vez, seria afirmar uma espécie de revitalização, porque a Ciência sabe que sangue morto ao liquidificar-se fica irremissivelmente decomposto. Em conseqüência científica: no sangue de São Genaro, tantas "revitalizações" quantas liquidificações! Inumeráveis Fenômenos SupraNormais (SN): milagres!

  Em Lanciano (e em outros milagres eucarísticos) o vinho converteu-se em Sangue de Cristo, o mesmo tipo de sangue que no Lençol de Torino.

 TOTAL INDEPENDÊNCIA

 A liquidificação do sangue incorrupto de São Genaro é independente de todas as condições. Está por cima de todas as leis da natureza. Fenômeno absolutamente SN, "assinatura" de Deus.

1) No processo. Pode produzir-se em toda a massa ao mesmo tempo. Ou apenas nas partes externas e ir progredindo em direção ao centro. Ou ir surgindo do centro em direção à periferia. Também pode iniciar-se pela parte de baixo e ir progredindo para cima. Ou vice-versa.

2) No tempo. Tudo isso pode realizar-se instantaneamente, ou com bastante rapidez, ou demorar uns minutos.

Paralelamente o sangue todo já aconteceu ficar líquido dias, semanas, meses, até um ano inteiro.

Em certa relação com essa variedade de duração no efeito da liquidificação, acontece que umas vezes quando a ampola é retirada do cofre já está o sangue líquido, outras vezes a liquidificação sobrevêm ou se inicia imediatamente, outras vezes há que esperar minutos, mesmo horas e outras vezes... não sobrevêm em dias, no primeiro dia, ou também não no segundo...

Assim, para citar exemplos famosos, a 18 de abril de 1702 o rei Filipe V teve de esperar três horas. Em maio de 1678, no primeiro dia não houve liquidificação. No segundo dia tiveram de esperar 10 horas. E no terceiro dia o sangue de São Genaro também não se liqüefez...

3) Na extensão. Com mais freqüência a liquidificação é completa, mas outras vezes fica um certo globo duro, flutuando sobre a massa líquida, ou no centro, ou embaixo, ou num lado.

Este globo (assim o chamam os napolitanos) pode permanecer dias, semanas, meses inteiros..., ou ficar ausente completamente quando sobrevem a liquidificação.

4) No grau. A viscosidade ou grau de liquidificação também varia. Umas vezes a substância assume um aspecto gomoso, outras é extremamente líquido, como o éter.

5) No volume. Ao liquidificar-se, o sangue de São Genaro varia de volume, na ampola maior, hermeticamente fechada.

No mês de maio o sangue da ampola aumenta de volume. Aumenta até 30 cm3, perfazendo quase 60. Reduplica. O nível do sangue sobe 3 cm na ampola, até ficar praticamente cheia. Em Pozzuoli, as manchas de sangue na pedra produzem regueiros... Não pode passar despercebido que no mês de maio celebra-se a trasladação dos ossos de São Genaro e que foi então quando a senhora chamada Eusébia trouxe o sangue do santo entregando-o ao bispo de Nápoles.

E no mês de setembro, no aniversário do martírio, quando São Genaro perdeu muito sangue ao ser decapitado, o volume do sangue na ampola diminuiu à metade. E nesse nível fica até recuperá-lo em setembro...

Mas também não há regra fixa, há exceções. Assim, por exemplo, em 1715 já anotavam as atas uma dessas exceções: quando deveria (?) diminuir, "aumentou o volume do sangue até encher a ampola durante a oitava, em setembro". Uns 60 cm3.

Por sua maior evidência à vista e por ser impossível se o fenômeno fosse natural, é um dos milagres concomitantes mais comentados pelos cientistas. A impossibilidade, se fosse um fenômeno natural, estaria em que a Química sabe que determinada substância sólida, ao liquidificar-se, aumenta de volume, sempre; outra determinada substância diminui de volume, sempre. Mas a mesma substância, ao liquidificar-se, umas vezes aumentar e outras diminuir de volume é coisa que a Química jamais poderá admitir como dentro das leis da natureza.

6) No peso. Freqüentemente, e logicamente, também há mudança no peso, confirmando o fato do câmbio de volume. Já nas suas observações pioneiras e muito meticulosas, o Prof. G. Sperindeo, da Universidade de Nápoles, comprovou que o relicário todo habitualmente pesa 1,0149 Kg, ao passo que nos meses de junho a agosto pesa somente 0,9871 Kg, isto é, corresponde ao sangue uma diferença de 0,0278 Kg.

A variação do peso e volume pode estar completa em cinco ou seis minutos, como também pode ir processando-se lentamente no decorrer de um dia inteiro, ou durante dois dias..., ou durante os oito dias da festa. Alguma rara vez aconteceu que o sangue, após haver diminuição durante os primeiros dias, torna a aumentar até o nível normal no fim da oitava.

Mas para os cientistas o mais "espantoso" (? - Não é lei da natureza!). Repetidamente foi comprovado meticulosamente, desde as observações pioneiras e sistemáticas dos Drs. Sperindeo e Silva em 1902, confirmadas em 1904 com as observações dirigidas pelo mesmo Dr. Sperindeo, etc.: Com o sangue de São Genaro comprovou-se repetidas vezes uma "impossibilidade" (?): às vezes quando aumenta o volume diminui o peso! E outras vezes aumenta o peso quando diminui o volume!

Assim, a 19 de setembro de 1904, com o volume aumentado ao máximo, com a ampola completamente cheia, o peso do relicário todo era de 1.015,25 gramas. Nos dois dias seguintes e, logicamente, quando o volume do sangue ia diminuindo, correspondentemente o peso foi também diminuindo até os 1.004,6 gramas. Mas ao terceiro dia, 24 de setembro, quando o volume havia diminuído à metade, o peso apresentou um aumento absolutamente incompreensível, 1.009,20 gramas. O peso correspondente ao sangue havia mais do que dobrado! De 4,6 para 9,20 gramas! E dois dias depois, 26 de setembro, no fim da oitava, apesar de o volume haver diminuído claramente ainda mais, o peso total do relicário aumentou até chegar a 1,011,01 gramas! Isto é, o peso correspondente ao sangue, que havia aumentado de 4,6 para 9,20, agora aumentou ainda para 11,01 gramas! Quase triplicou!

O Prof. Sperindeo comprovou oito variações de peso, com diferenças que oscilam até 25 gramas.

7) Na temperatura. Lembremos a descrição da liquidificação que observou e descreve o parapsicólogo Dr. Giorgi. Expressamente diz que ao beijá-lo sentiu que o ostensório estava na temperatura ambiente. Assim descartando a objeção anticientífica que certos cientistas (?) inventaram, sem nada pesquisar, de ser o calor que provoca a liquidificação!

Numerosos cientistas comprovaram com regularidade que a liquidificação acontece em temperaturas que oscilam de 5 a 30 graus centígrados.

Assim, e por exemplo, na liquidificação no mês de maio de 1795 verificou-se que a liquidificação ocorreu a uma temperatura de 24,4 graus centígrados; no quarto dia aos 26,4 graus; no quinto aos 26,8. No sétimo aos 25; no último dia aos 19,4 graus centígrados.

Quase um século depois, nas festas começadas a 19 de setembro de 1879, os Prof. De Luca e Gori comprovaram que no primeiro dia a liquefação foi quando a temperatura era de 30 graus; no terceiro, de 27 graus; no sétimo, de 25 graus centígrados.

Não se encontrou conexão nenhuma do frio ou calor ambiente com o fato da liquidificação, nem com o tempo de espera, nem com a extensão da quantidade liqüefeita, nem com o volume, etc.

Todas as substâncias ou combinações de substâncias têm seu ponto próprio de temperatura para a liquidificação. O ponto de fusão não varia em igualdade de pressão. Menos no sangue de São Genaro!

8) Na luz. Muitas vezes, quando se retira o relicário do seu nicho, encontra-se que o sangue já está liquidificado, liquidificou-se na escuridão do cofre. Outras vezes liquidifica-se, ou deixa de liquidificar-se, à luz do dia ou dos refletores. Mais uma vez comprovou-se tudo isto nas recentes filmagens sob a direção do parapsicólogo Dr. Hans Bender, da Universidade de Friburg in Brisgau. Comprovou que o sangue de São Genaro às vezes se liquidifica de noite ou de dia, com luz artificial ou do sol...

Enfim, não se encontrou nenhum fator natural do qual dependessem os acontecimentos com o sangue de São Genaro. O fato está aí. Evidentemente SN. Milagre. 

CASOS ANÁLOGOS 

O SINAL. Sangue líquido dentro do corpo, em muitíssimos incorruptos, ou em todos, ao menos durante os primeiros anos antes de iniciar-se qualquer tipo de cartonamento. Agora, porém, estamos visando outros numerosos casos de sangue incorrupto fora do corpo, que se liquidifica em dias fixos e em circunstâncias especiais. Muitíssimos casos: "efeito bumerangue", ou de facilidade para a observação científica,

Só de católicos. Quase exclusivamente de mártires. E estes dois detalhes, católicos e mártires, constituem ou dão mais valor ao sinal. Se fosse algum fenômeno natural aconteceria também com o sangue de outras pessoas cruelmente atormentadas até morrerem ou com pessoas de outras religiões. A incorrupção e a liquidificação são assinaturas divinas sob a doutrina revelada por Deus e pela qual o mártir derramou seu sangue. Pois é evidente que Deus não pode haver revelado nem sequer duas religiões, hoje são 56.000. Só uma pode ser revelada, sendo as demais diferentes e até contraditórias. Deus não pode enganar-se nem enganar.

E passemos a alguns destes milagres, bem comprovados:

 JESUS CRISTO? 

Sobre o sangue derramado durante a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo a discussão e análise é muito ampla e... muito empolgante.

Atenção, não nos estamos referindo a esses casos vulgares de aporte. Referimo-nos a casos que não podem ficar no simples aporte, como provam as características milagrosas que se acrescentam, entre elas as características visados aqui: o sangue permanece incorrupto por séculos; e é o mesmo sangue; e liquidifica-se "regularmente"...

"Estes milagres tão tocantes são referidos e estabelecidos de maneira peremptória em histórias muito bem autenticadas", diz o grande historiador de hagiografia, Alban Butler S.J., respaldado nada menos que pelo grande historiador bolandista e grande parapsicólogo Herbert Thurston S.J. e por Attwater, também bolandista e jesuíta. Santo Tomás de Aquino também conhece, analisa e aceita como milagrosos estes casos.

* À cidade de Ândria (Bari, Itália) foi levada e se custodia na catedral um Espinho da coroa de Jesus Cristo.

* Outro Espinho foi levado e se guarda na capital, na Catedral de Bari.

Em ambos os lugares acontece o milagre da liquidificação do sangue incorrupto. E o milagre se repete ao longo dos séculos em precioso "efeito bumerangue".

Sempre que a Sexta-Feira Santa coincide no 25 de Março, isto é, cada 11 anos...

(Parêntese: Desta maneira os cálculos de muitos estudiosos que afirmam que a morte de Jesus aconteceu precisamente no dia 25 de março têm aqui uma poderosíssima confirmação assinada pelo próprio Deus. Fechemos o parêntese).

Dizíamos: Sempre que a Sexta-Feira Santa coincide no 25 de Março, isto é, cada 11 anos, as "manchas" escuras, que cobrem os Santos Espinhos, ficam líquidas, adquirem cor vermelha. Os Espinhos ficam cobertos de Sangue parecendo vivo.

A Cúria de Ândria levantou meticulosas atas com depoimentos notariais do milagre acontecido no ano 1633. Na Sexta-Feira Santa 25 de março, uma multidão inumerável e as autoridades eclesiásticas e civis reuniram-se na Grande Basílica de São Nicolás de Bari. Esperaram e presenciaram as verificações de uma comissão médica escolhida pelo seu prestígio nas diversas especialidades.

Exatamente igual em 1644. E em 1701. E em 1712. Foi após o milagre nesta Sexta-Feira Santa 25 de Março de 1712, que a Sagrada Congregação dos Ritos outorgou ofício especial do Santo Espinho a celebrar-se numa das sextas-feiras de março.

O mesmo aconteceu na Catedral de Ândria na Sexta-Feira Santa 25 de março de 1932. Multidão, autoridades, especialistas, todos, ficaram entusiasmados perante a indiscutível milagre, ação SN, sobrenatural, da liquidificação e aumento do sangue de Cristo nos Santos Espinhos.

Desde então, com a garantia científica desses pronunciamentos, sempre que essas datas coincidem, a multidão espera o portentoso milagre, sem jamais haver sido desiludida.

* Em Billon, França, conserva-se uma Esponja com abundante Sangue coagulado. Há uma tradição valiosíssima que garante que se trata do Sangue de Jesus Cristo, Sangue recolhido ao pé da Cruz.

Esta tradição às vezes foi ligeiramente menosprezada sem estudo nenhum. Poderá discutir-se, isso sim, até certo ponto a tradição de que haveria sido o próprio soldado São Longinos quem, convertido depois de atravessar com a lança o costado de Cristo, ele próprio haveria recolhido o Sangue numa das esponjas que os soldados usavam para tomar suas... beberagens, como refere o Evangelho (Jo 19,29).

 O Sangue que se conserva em Billon, recolhido por São Longinos após a lançada no Costado de Cristo, é igual ao de Torino e de Lanciano.

Inclusive há, valiosíssimos por sua antigüidade, dois documentos da primeira metade do século primeiro, assinados um durante o reinado de Tibério (c. 42 a.C-37 d.C.), e outro na mesma época ou ao máximo até dez anos depois.

O certo é que a esponja embebida em Sangue foi trazida da Síria por dois cônegos, Durand Albanelli e Peter Barbasta, durante a primeira cruzada.

Indiscutível que o Sangue dessa esponja regulamente se liquidifica e recupera sua viva cor vermelha. Indiscutível que muitas testemunhas documentam a incorrupção e liquidificação. SN. Milagre.

Após as confirmações e análises competentes, o Papa Eugênio IV, numa Bula de 1444, estabeleceu uma Confraria em honra do Sangue venerado em Billon.

Muitos outros Papas, Paulo II, Calixto III, Leão X, Clemente VII..., mandaram fazer toda classe de verificações científicas, e confirmaram a autenticidade do Precioso Sangue, como também aprovaram numerosos milagres confirmativos com referência a Ele. Todo o conjunto, insisto, confirma que se trata mesmo do Sangue de Jesus Cristo.

Lamentavelmente a preciosa relíquia foi roubada numa revolução... e não mais foi encontrada. Assim é que certos racionalistas de todas as épocas pretendem "provar" (?!) que não há milagres!

 No Lençol de Torino há Sangue de Jesus.

 SÃO JOÃO BATISTA?

Houve na própria cidade de Nápoles outro caso idêntico ao de São Genaro, que... "logicamente" ficou pouco venerado em contraste com o do santo padroeiro.

Trata-se mesmo do sangue do Precursor, recolhido pelos discípulos no cárcere logo depois do seu martírio por ordem de Herodes?

Conservava-se no convento de monjas que popularmente eram chamadas "Donne Romite".

O especialista Liceto o estudou por meio de todos os dados históricos e pessoalmente. E Liceto qualifica como certamente milagre permanente que esse sangue, apesar de comprovadamente velho de 18 séculos, permanecesse incorrupto. E constituiu numerosíssimos milagres que, coagulado habitualmente, se liquidificasse inúmeras vezes, ao longo dos séculos e então, fim do século XVIII, durante a celebração da Santa Missa, sempre que a ampola fosse colocada sobre o altar precisamente em honra de São João Batista.

Fortunio Liceto publica as pesquisas também de Aurélio Severino.

Por sua parte concordam com o fato e sem duvidar qualificam-no como milagre permanente outros três grandes especialistas: Primeiro, Petrasancta, que endossa e publica a relação feita por João Rho. Este segundo especialista pesquisou o caso acontecido com um terceiro especialista, o Cardeal Clemente Merlin.

Este terceiro especialista, o Cardeal Clemente Merlin, Auditor e Decano da Rota Romana para o estudo dos milagres apresentados para a beatificação e canonização dos santos, numa viagem a Nápoles, quis celebrar a Missa sobre o altar em honra de São João Batista. Colocaram a ampola com o sangue coagulado. Vendo que o sangue não se liquidificava, o cardeal Merlin ficou aterrado a ponto de decidir interromper a celebração. Culpava-se de algum pecado grave embora esquecido. Os circunstantes, entre eles pessoas de grande prestígio e prudência, animaram o cardeal a continuar a celebração. Pouco depois, o sangue de São João Batista, de repente, liquidificou inteiramente. O cardeal respirou feliz e aliviado..., e muito piedosamente agradecido à intercessão de São João Batista.

E concorda também nada menos que Bento XIV, o mais sábio de todos os parapsicólogos, um claro milagre de ciência infusa.

Lamentavelmente a preciosa relíquia hoje está desaparecida... Talvez em alguma das guerras, dizem. Ou foi mais uma destruição por certos cientistas racionalistas que assim pretendem provar que não há milagres?

SÃO PANTALEÃO. Dedicarei atenção especial ao caso do sangue de São Pantaleão, por ser na Espanha e especialmente em Madri (sou de lá!...). O MÁRTIR. São Pantaleão era um médico de Nicomédia, sua cidade natal, onde viveu, na Ásia Menor, atual Turquia. Sua fama como médico chegou a ser tal, que o próprio Imperador Diocleciano o mandou chamar alguma vez para submeter-se a sua terapia, ficando tão satisfeito que o cumulou de honras e bens. Filho de pais pagãos, ele mesmo pagão, após a morte da mãe, triste e até humilhado por não haver conseguido curá-la, aproximou-se do venerável cristão Hermolão. Tiveram muitas conversas e estudos. Por fim o famoso médico abraçou convencido e muito sinceramente o Cristianismo. Já como médico cristão sua fama ainda cresceu muito mais, porque além dos conhecimentos de Medicina realizou muitos milagres, concretamente curando instantaneamente cegos e leprosos, inclusive várias revitalizações de mortos. Seu próprio pai, também médico e muito influente Senador do Estado, perante os milagres de cura alcançados pelo filho converteu-se ao Cristianismo, como outras muitas pessoas e famílias agraciadas com curas milagrosas. Por isso, o povo, muito agradecido, trocou o nome do Santo, originariamente Pantalenta, que significa em tudo como um leão, pelo de Pataleemon (e daí popularmente Pantaleón em espanhol e Pantaleão em português), que significa cheio de misericórdia. Com tanta fama de médico, de cristão, de santo, de taumaturgo, não podia fugir quando pouco depois se declarou a perseguição aos cristãos em todo o Império Romano. Foi martirizado no ano 303 sob Galério Maximiano, durante a perseguição do Imperador romano Diocleciano (o mesmo Imperador sob o qual, dois anos mais tarde, seria martirizado São Genaro, de cujo sangue acabamos de falar; o mesmo Imperador que primeiro se encantara pela beleza da jovem princesa Santa Filomena e logo depois a fez martirizar, caso que analisaremos logo mais; o mesmo Imperador que mandou matar centenas e centenas de mártires em crudelíssima e fanática perseguição, entre tantas, aos seguidores de Cristo). O martírio de São Pantaleão foi sádico, esquartejaram completamente seu corpo em praça pública. Sendo tão conhecido e tão amado, nada tem de estranho que o sangue de São Pantaleão foi recolhido por cristãos em vários vidros e repartido e conservado em várias localidades, as mais distantes, do amplo Império. Liquidificação. Desde o ano 303 até hoje. Todos os anos. No dia 27 de Julho, quando se comemora o martírio e a festa de São Pantaleão. Extrato e traduzo do latim do Breviário Romano: "Quando a Igreja celebra seu martírio, seu sagrado sangue, que se conserva numa ampola (...), estando antes coagulado, é visto todos os anos liqüefazer-se maravilhosamente, desde as primeiras vésperas da festa até o dia seguinte, sendo levado por todas as partes entre a multidão admirada (...). Na porção de sangue que se conserva, como uma das mais preciosas riquezas, no Real Mosteiro da Encarnação, das monjas agostinianas, em Madri". Trata-se do convento das "monjas Agustinianas Recoletas" na célebre "Plaza de Oriente", junto ao Palácio Real (Entre outras preciosas relíquias conserva-se nesse mosteiro o corpo incorrupto da Serva de Deus Dona Luisa de Carvajal). A ampola, de cristal, com o sangue de São Pantaleão está dentro de um riquíssimo relicário de prata, com vidros, doado no ano 1606 por Dona Maria de Zúñiga, Condesa de Miranda, uma de cujas filhas era monja agostiniana recoleta naquele Real Mosteiro da Encarnação. Além da principal relíquia em Madri, outras pequenas quantias do sangue de São Pantaleão conservam-se incorruptas, e se liquidificam anualmente, em vários outros lugares: na Catedral de Ravello Amanti, na Igreja de São Severino em Roma, etc. Incontestavelmente se trata sempre do mesmo sangue, incorrupto, que se liquidifica..., além de todas as outras contraprovas científicas sobre volume, peso, ebulição, etc. independentes de toda e qualquer lei natural. As exceções em liquidificar-se em outros dias e não liquidificar-se no dia 27 de julho, são pouquíssimas ao longo dos séculos. E, contrariamente ao sangue de São Genaro, são precisamente as exceções com o sangue de São Pantaleão que têm um claríssimo significado. Contrariamente ao temor supersticioso dos napolitanos, tem sólido fundamento a afirmação dos madrilenos de que a exceção com o sangue de São Pantaleão indica grandes desgraças. Contrariamente ao sangue de São Genaro, não é a não-liquidificação, senão precisamente a liquidificação fora do aniversário do martírio, dia da festa de São Pantaleão, a que profetisa ou acompanha a desgraça: Na guerra civil. Na véspera do assassinato do deputado católico Calvo Sotelo, crime dos comunistas que foi fator de grande importância em desencadear a guerra civil espanhola, o sangue de São Pantaleão se liquidificou completamente. Durante toda a guerra civil espanhola entre, por um lado, comunistas incendiando igrejas e conventos e matando 16.000 padres, e por outro lado os católicos que iam à luta e à morte gritando "Viva Cristo Rei", até a vitória dos católicos na guerra que a Igreja proclamou "Cruzada", na guerra que deixou um milhão de mortos de ambos os lados; durante todos esses três anos seguidos o sangue de São Pantaleão permaneceu líquido! Também durante toda a segunda guerra mundial o sangue de São Pantaleão permaneceu líquido!

NA ITÁLIA De todos é sabido que durante séculos se guardavam nas catacumbas de Roma e de outras cidades italianas as relíquias dos mártires e de outros santos, e que depois os peregrinos de todo o mundo traziam à Itália as mais estimadas relíquias. Uns outros 20 casos como o de Nápoles há por outras igrejas também no sul da Itália. Também o sangue incorrupto se conserva coagulado habitualmente. Também periodicamente se liquidifica. Também, em geral, no aniversário do martírio. Mas também em outros países, cada vez com mais freqüência e abundância com o avanço e consolidação do cristianismo, foram guardando-se relíquias muito estimadas. Principalmente na França e Espanha, como vimos em vários dos casos citados.

SANTA FILOMENA Era filha dos reis de um pequeno estado da Grécia. Por motivos políticos acompanhou seus pais numa viagem diplomática a Roma. O Imperador de Roma, Diocleciano, irritado por haver sido rejeitado pela jovem princesa Filomena, mandou que a torturassem: "Visto que é tão persistente em preferir um malfeitor (Jesus) condenado à morte pelos próprios compatriotas, a um Imperador como eu, sofra ela o castigo merecido". Santa Filomena, no cárcere, numa noite sarou de todas as feridas infligidas durante o dia. Mandou Diocleciano que a matassem com ferros candentes, mas o fogo voltou-se contra os algozes. Começando então o povo a reclamar e inclusive muitos a pedir serem admitidos no cristianismo, Diocleciano mandou que retirassem a santa e a decapitassem. O túmulo de santa Filomena, virgem e mártir, até então ignorado, no dia 25 de maio de 1802 descobriu-se quando se processavam escavações na catacumba de Priscila, na via Salária. Aberto o túmulo, encontraram os ossos da mártir, crânio fraturado, inscrições que simbolizavam sua vida e martírio, e um copo com certa quantidade de sangue incorrupto. No dia 10 de agosto de 1805 as relíquias de santa Filomena foram trasladadas para Mugnano del Cardinale. Seu sangue não se liquidifica, hoje, mas apresenta tais variações na cor, no volume, na forma, no peso..., que todos os peritos consideram SN, Supra-Normais, milagrosas essas variações, além da incorrupção SN. As modificações são testemunhadas por infinidade de peregrinos. E confirmadas por tantos outros milagres, que a princesa, virgem e mártir santa Filomena foi chamada a "Taumaturga do século XIX". NÃO MÁRTIRES Sangue incorrupto fora do corpo, quase só de mártires. Muito significativamente. Mas há algumas, poucas, exceções:

SÃO ANDRÉ AVELINO São André (1521-1608), da congregação dos teatinos, não foi mártir, embora alvo do furor dos inimigos de Cristo, e numa oportunidade quase não escapou do martírio. Na sua causa de beatificação os postuladores escolheram, entre outros, o seguinte múltiplo milagre ou milagre permanente: Tinha 88 anos quando ia subindo ao altar para celebrar a Missa. Caiu. Golpeou-se duramente. Recebeu os Últimos Sacramentos e lá mesmo, ao pé do altar, morreu. Recolheram, como relíquia, quanto puderam do sangue derramado. Conservaram-no numa ampola. Oito dias depois da morte, o sangue de São André Avelino liquidificou-se, retomando a viva cor vermelha. E três anos depois, no dia 10 de novembro de 1611, precisamente no aniversário da morte do santo, verificou-se (quantas vezes haveria acontecido antes?) que de novo o sangue se liqüefez. Após essas constatações passaram com alguma maior freqüência a verificar... e várias outras vezes de fato se liquidificou, especialmente no aniversário da morte. O sangue continuava incorrupto, coagulado habitualmente, numa ampola. Mais ainda, freqüentemente, foi visto como em ebulição quando se liquidifica, podendo esta ser total ou só algumas partes, e pode ser feita rápida ou um tanto lentamente, assim como ser pouco ou muito duradoura ... Os Auditores da Rota, na causa de beatificação, após análise de incontestáveis verificações dos fatos e de que era verdadeiro e sempre o mesmo sangue, declaram no dia 12 de setembro de 1612 que "não se tratava de qualquer maravilha, senão de indubitável milagre".

 SÃO BERNARDINO REALINO São Bernardino (1530-1616) constitui outra exceção, pois também não foi mártir. Formou-se em direito, tanto civil como canônico, e exerceu a advocacia em Alexandria e depois foi juiz em Castiglione. Foi intendente do marquês de Pescara, "podestá" de Fellizano, governador de Cassino... E renunciando a tudo à idade de 34 anos fez-se jesuíta. Durante 42 anos na cidade de Lecce dedicou-se a pregar, catequizar, evangelizar, fazer conferências e debates, na Catedral, nos hospitais, nas prisões... Era o homem mais famoso de Lecce. Sua fama de santidade era tanta, que em vida já os magistrados de Lecce iniciaram o processo para sua rápida canonização logo que morresse! E também ainda em vida foi declarado oficialmente - e ele aceitou - padroeiro da cidade a partir da sua morte! Os últimos seis anos de sua vida ficou cego, doente, debilitado, trôpego... E, aproveitando-se uma queda violenta do trôpego jesuíta, recolheram em um vidro, como futura relíquia, certa quantidade de sangue! Mas precisamente por esse culto em vida... a beatificação tardou dois séculos: a 27 de setembro de 1895, por Leão XIII. Durante esses dois séculos até a data da beatificação, o sangue de São Bernardino Realino, que se conservou incorrupto, periodicamente se liquidificava. As testemunhas descrevem que o sangue, habitualmente coagulado, entrava em uma espécie de ebulição. Também trocava de cor, aumentava de volume, etc. São Bernardino Realino foi canonizado por Pio XII a 22 de julho de 1947. VENERÁVEL PASSITEA GROGI A venerável Passitea (1564-1615), religiosa franciscana, constitui outra exceção, pois também não foi mártir. Em 1599 fundou um convento da ordem em Siena e foi escolhida abadessa. Dos seus estigmas, em vida, como também no seu cadáver quando estava incorrupto, ocasionalmente emanava abundante sangue perfeitamente líquido. Recolhido em vidros pelas religiosas, conserva-se incorrupto até hoje no seu convento de Siena. E em determinadas datas se liquidifica.

COMO EM POZZUOLI SANTO TOMÉ Comecemos pelo sangue incorrupto do um Apóstolo! Precisamente o Apóstolo Santo Tomé... como se, um tanto ironicamente, com idêntico milagre ao de Pozzuoli visasse convencer aos que, sob o peso da "ignorância" dos cientistas racionalistas, negam o milagre do sangue de São Genaro e análogos, ou os milagres em geral. O Apóstolo Santo Tomé após pregar o Evangelho aos partos, medos, persas e hircanianos, chegou à Índia, evangelizando até ser martirizado nas imediações da cidade hoje chamada São Tomé de Meliapur, perto de Madrás. Ao menos até o século 17 conservou-se a pedra e o poste nela encravado, onde Santo Tomé foi martirizado a golpes de lança. "Naquela pedra e cruz antiquíssimas destacam as insignes manchas do sangue com que foram banhadas na morte do Apóstolo. Todos os anos, na festa do santo (aniversário do martírio), as manchas pretas se transformam em vermelhas e brota sangue em grande abundância. Depois novamente a cor vermelha passa à cor preta". "Na Índia todos são testemunhas, não só os católicos, senão também multidões de pagãos que, sem acreditar em Cristo, todos os anos costumam acudir ao templo do Apóstolo para venerar o 'homem santo'". São as palavras textuais com que Bozio (1548-1610), o sábio escritor eclesiástico do século XVII, resume sua documentada, meticulosa, inapelável pesquisa. O que se fez dessa pedra e cruz? É que destruir as provas é argumento contra a realidade dos milagres?

SÃO LOURENÇO

 O sangue do mártir, analogamente ao caso de Pozzuoli, cobre parte do mármore do túmulo, em Tívoli. Habitualmente coagulado, e fino, como uma mancha, em determinadas datas regularmente se liquidifica e aumenta de volume. É secularmente o mesmo sangue. Sobre o túmulo lê-se hoje o que já as antiquíssimas testemunhas inscreveram em versos latinos: "Olhas este mármore de túmulo, escavado como de costume. Está sólido dentro. Nenhum poeta pode imaginar de onde a terra possa trazer ocultamente este sangue. Dos ossos limpos mana este líquido. Se duvidas, pega do meio do sepulcro as relíquias exsudantes, e dirás: Onde está a onda salobre?" ETC., ETC. Os milagres em geral, e concretamente de incorrupção de sangue fora do corpo, são muitos mais do que geralmente se conhece. Não se conhecem, porque após a lavagem cerebral iniciada no século 19, ainda a maioria dos cientistas estabelecidos e a "mídia" negam, sem estudo, todos os fenômenos parapsicológicos.

A Parapsicologia, no estudo, diferenciação com respeito aos fenômenos comuns e na difusão dos fenômenos incomuns, Extranormais (EN),Paranormais (PN) e destacadamente, por mais importantes, os Supranormais(SN), tem amplíssimo e importantíssimo trabalho pela frente.

Leia também "Reações ao Milagre do sangue de São Genaro"

 Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

Voltar